segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

RENASCIMENTO E CUBISMO: Pontos de vista diferentes

Uma das grandes características da composição no renascimento italiano  (Séculos XIV a XVI) foi o desenvolvimento da perspectiva com ponto de fuga central. Essa representação resumia o ideário da filosofia humanista: um sujeito racional, centrado e coerente, com um único ponto de vista central, equilibrado e estável. Os artistas Perugino e Leonardo da Vinci são a expressão máxima desses princípios. 

Na contramão temos o movimento artístico francês do Cubismo (1907-1914), idealizado por Pablo Picasso e Georges Braque, que defendia um sujeito pós-estruturalista, intrinsecamente deslocado e dividido, em desacordo com o meio e com múltiplos pontos de visão. O Cubismo antecedeu a Primeira Guerra Mundial, período de grande conturbação social, conflitos operários, ascensão das ideias capitalistas e socialistas, industrialização, o desenvolvimento das tecnologias e a capital Paris se tornou o centro cultural do mundo (Belle Époque)A composição cubista tem planos geométricos entrecortados que reconstroem formas que se apresentam, simultaneamente, em vários ângulos nas telas.Uma visão das vistas do objeto, de frente, de perfil, posterior e inferior se apresenta na tela. Essa mudança de paradigma tem sido vista como uma subversão ao modelo masculino, branco e eurocêntrico de ver o mundo, negando um único ponto de vista e uma abertura para novas possibilidades de pensamento.

Observe a obra renascentista Entrega das chaves à São Pedro, de Pietro Perugino. Cristo entrega as chaves (autoridade) do céu a Pedro (primeiro Papa), onde temos  três planos: a frente o grupo da direita representa os 12 apóstolos e o grupo da esquerda são homens romanos e florentinos; no grupo ao centro aparece a Cena do Tributo, à esquerda, e o Apedrejamento de Cristo, à direita. Ao fundo o Templo de Salomão no centro e o arco romano do Triunfo de Constantino. Em seguida, está o traçado das linhas de fuga da composição com o ponto central.

Ficheiro:Entrega de las llaves a San Pedro (Perugino).jpg
Entrega das chaves à São Pedro, Perugino, 1481/82,  335 x 550 cm, afresco na Capela Sistina, Vaticano, Itália. 
Entrega das chaves à São Pedro - linhas de fuga com ponto central.


Agora veja a pintura Les Demoiselles d’Avignon, de Pablo Picasso, obra que deu início a corrente cubista. São representadas cinco prostitutas da rua de Avignon, Barcelona. Duas estão em pé abrindo as cortinas, duas deitadas olham o observador e uma sentada de costas. Seus nus são desprovidos de sensualidade. Elas são caricatas, distorcidas, angulosas. Rostos de frente, nariz de perfil, com influência das máscaras africanas. A tela parece uma superfície de vidro quebrada, os corpos parecem esculpidos com machado, acentuando a expressão. Essas são características de uma nova sociedade, múltipla em seus olhares e influências, prenúncio do que seria a idade moderna.

Les Demoiselles d’Avignon, Pablo Picasso, 2,44 x 2,34 m, óleo sobre tela, 1907. 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

ANA MENDIETA

A artista cubana Ana Mendieta (1948–1985) trabalhou com as linguagens da performance e da body art, tendo como um dos seus principais temas o feminismo. Desde o início da carreira percebeu que o corpo seria a melhor maneira de expressar questões como política, identidade, violência e machismo. Em Glass on Body (1972), Ana deforma o próprio corpo em placas de vidro, em uma alusão ao sistema ideológico de controle do corpo feminino. Na performance a artista desmistifica a sensualidade e a objetificação do corpo feminino, imposta pelo sistema dominante. 


Glass on Body, Ana Mendieta (1972).

Mas a performance Rape Scene (1973) foi um de suas mais emblemáticos trabalhos. Após a notícia do estupro e da morte de uma colega de faculdade, Mendieta permaneceu imóvel, amarrada, seminua e com marcas de sangue pelas pernas, em seu apartamento, onde as pessoas podiam entrar e permanecer observando como testemunhas de um crime. 

Ana Mendieta faleceu tragicamente ao cair de seu apartamento. O crime, considerado como suicídio, deixa a suspeita de ter sido um assassinato realizado pelo próprio marido da artista. 

 
 Rape Scene, Ana Mendieta (1973).

domingo, 16 de setembro de 2018

ARLEQUIM E MULHER COM COLAR

Em 1917, Pablo Picasso vai para Roma com Jean Cocteau para criar a cenografia do ballet Parade, dirigido pelo grupo russo Diaghilev. No contato com o mundo do teatro conheceu o pianista Stravinsky e a bailarina Olga Koklova, com quem se casou no ano seguinte. Durante esse período pintou a tela Arlequim e mulher com um colar, onde representou um casal dançando sobre um pequeno palco com as formas abstratas características do cubismo sintético, em tons de azul, cinza e preto. O Arlequim, personagem cômico italiano que divertia o público no intervalo dos espetáculos, formava um trio amoroso com o Pierrô e a Colombina, se tornando um símbolo pessoal para Picasso, que o representou em várias de suas obras. Um pequeno homem sobre o palco faz com que os dançarinos pareçam maiores. O uso do pontilhismo como elemento decorativo na tela é uma referência ao pintor Seurat, cujas obras Picasso visitou na Galeria Bernheim-Jeune, em Paris, no ano anterior, e o efeito vai aparecer em outros trabalhos. As figuras são percebidas pelas relações de figura e fundo, conforme os princípios da Gestalt. No cubismo sintético a apresentação dos planos é reduzida e esquemática e as cores são fortes. A fase sintética, recuperou um pouco da imagem real do objeto perdida durante o período analítico, tornando as formas mais decorativas. Depois de pronto, Picasso mostrou o trabalho para o pintor futurista Gino Severini e disse que havia se inspirado na pureza das formas do pintor neoclássico Dominique Ingres.

RICHARDSON, John. A Life of Picasso: The Triumphant Years, 1917-1932. EUA: Random House, 2007.

Arlequim e mulher com colar, Pablo Picasso, 200 x 200 cm, óleo sobre tela, 1917. Cubismo sintético.

domingo, 9 de setembro de 2018

CRISTO E AS CRIANÇAS

Contrariando a tradição iconográfica, o artista Emil Nolde (Alemanha, 1867-1956) pinta Jesus Cristo ao centro da tela, porém de costas, privando o espectador de ver o seu rosto. Atrás de Jesus estão os adultos, representados em cores sombrias, voltados para si mesmos, sem dar atenção para Jesus. Em oposição, do outro lado estão às crianças, em cores vivas e alegres com os rostos e os braços estendidos para o Mestre em expressão de alegria, querendo ser elevados por Ele. Em Mateus 18: 3 está registrado que Cristo disse “se não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos céus”. Cristo atenta para os pequenos e lhes acolhe em seus braços afetuosos.  

A obra de Nolde, pintada no contexto do expressionismo alemão, pouco tempo antes da Primeira Guerra Mundial que trouxe ao mundo a arrogante ideologia messiânica soviética e o pensamento nazista de superioridade sobre o mundo, revela a solidão e a miséria, a angústia e a ansiedade que dominavam a Alemanha durante os anos anteriores à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e que se prolongariam até ao fim do período entre guerras (1918-1939).



Cristo e as crianças, óleo sobre tela, 86,8 x 106,4 cm, Emil Nolde, 1910, MoMA. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

FUMAÇA DE PRISIONEIRO, Antônio Dias

Hoje, 01 de agosto de 2018, faleceu o artista paraibano Antônio Dias (1944-2018). Dias estudou na Europa, nos EUA, na Índia e no Nepal e foi premiado na Bienal de Paris. No Brasil, também estudou com Oswaldo Goeldi, no Atelier Livre de Gravura da Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Foi professor na Sommer Academia da Áustria e na Staatliche Academia da Alemanha. 

Uma de suas obras Fumaça de Prisioneiro (1964) é um mosaico do terror e da destruição que denunciava as práticas de tortura feitas no Brasil durante a Ditadura Militar. O espectador tem que remontar um corpo dividido e dilacerado em várias partes. Cabeça, membros e vísceras estão separados e manchas de sangue estão em toda parte revelando os ferimentos. A cabeça é representada por uma caveira, símbolo da morte. 

Fumaça de Prisioneiro, Antônio Dias, 1964, Óleo e látex sobre madeira. Acervo MAC USP.








domingo, 29 de julho de 2018

PORCO EMPALHADO: Isso é arte?

Em 1967, Nelson Leirner enviou para o 4º Salão de Arte Moderna de Brasília um porco empalhado num engradado de madeira com um presunto acorrentado ao pescoço, desencadeando um debate sobre o sistema e a mercantilização das artes, as instituições museológicas e a arbitrariedade do gosto dos jurados. O júri era formado pelos críticos de arte Clarival do Prado Valladares, Frederico Morais, Mário Pedrosa, Mário Barata e Walter Zanini. Alguns deles responderam ao artista pelos jornais, alegando que a obra fazia referência ao ready-made A Fonte, de Duchamp, e estabeleceu-se uma grande polêmica. O Porco tornou-se uma celebridade e chancelou definitivamente Nelson Leirner como um dos mais controversos artistas contemporâneos brasileiros. A obra foi adquirida para integrar o acervo da Pinacoteca de SP em 1980. 

Para compreendermos esses trabalhos é preciso entender que a arte contemporânea opera não com objetos ou formas, mas com ideias e conceitos. Ela não se reduz ao seu produto final, ou seja, a obra de arte, mas ela traz toda uma construção conceitual, resultado das experiências, das ideologias, das críticas, das influências do artista e do contexto em que foi feita. Em muitos casos, o objeto artístico nem é o mais interessante, mas sim todo esse processo. Assim, na arte contemporânea, há uma mistura indissolúvel entre a ideia e a obra, que precisam ser percebidas para que a fruição estética aconteça. 


O Porco, Nelson Leirner, porco empalhado em engradado de madeira, 83 x 159 x 62 cm, 1967, Acervo Pinacoteca SP.

sábado, 2 de junho de 2018

PILATOS APRESENTA CRISTO À MULTIDÃO

Na obra Ecce Homo (Aqui está o homem) ou Pilatos apresenta Cristo à multidão, Tintoretto (Itália, 1518-1594) representa Cristo flagelado, mas com uma iluminação divina, sendo apresentado pelo sacerdote com sua longa barba e por Pilatos à multidão. Pilatos, à esquerda, está vestido nobremente com um manto rosa e sua expressão é bondosa.  No grupo de pessoas, sentimentos de indecisão misturados com compaixão, gestos emocionados e dramáticos. O cachorro solitário no degrau da escada representa o abandono de Cristo. Na bandeira a inscrição do Império Romano SPQR (Senatus Populus que Romanus - O Senado e o Povo Romano). A linha em diagonal da escadaria, acentua o movimento em direção a Cristo. As cores são fortes e os contrastes de luz intensos repetindo-se de forma a criar um ambiente espacial em torno da figura de Cristo. A obra é precursora do estilo Barroco.

O Barroco foi um movimento artístico que correspondeu ao período da Contrarreforma, quando a Igreja empregou a arte para reavivar a fé dos fiéis. Efeitos, cores e expressões contrastantes, dramáticas e apelativas foram utilizadas para atrair pela emoção.  Tintoretto pintou temas religiosos sempre com duas características: evidenciou mais os corpos do que os rostos e usou a luz e a cor com grande intensidade. O conjunto dos personagens e as cores deveriam ser vistas primeiro e depois os detalhes.


Pilatos apresenta Cristo à multidão, óleo sobre tela, Tintoretto,1546, 109 x 136 cm, Itália. Acervo MASP. Doação Cia. Siderúrgica Belgo­Mineira S.A., Banco do Estado de São Paulo­Banespa, Gastão Bueno Vidigal Filho, Clemente de Faria, Miguel Maurício, Banco da Lavoura de Minas Gerais S.A. e Alberto Quattrini Bianchi em 1949. Fonte: https://masp.org.br/acervo/obra/ecce-homo-ou-pilatos-apresenta-cristo-a-multidao

INVENTÁRIO CAPELA SANTA BÁRBARA - ARTUR NOGUEIRA


quarta-feira, 14 de março de 2018

Museu de Arqueologia Bíblica MAB UNASP EC

Nesse programa apresentado pela TV Novo Tempo eu falo um pouco do Museu onde eu trabalho e os planos que temos para ampliar nossas atividades.



quinta-feira, 8 de março de 2018

FOGO NO MUSEU


O artista, curador e gestor cultural argentino Cristián Segura traz em suas obras discussões sobre a instituição museu, suas vulnerabilidades e desafios. Utilizando-se de desenhos, esculturas, vídeos e instalações, ele denuncia a conservação desse patrimônio, seus sentidos sociais, políticos, culturais e o mercado da arte contemporânea. Em seu trabalho "Fogo no Museu", Segura aplicou adesivos de labaredas de fogo nas paredes do Museu de Arte das Américas, evidenciando a fragilidade e a insegurança dos museus e galerias. 

A instalação nos faz lembrar do incêndio no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM RJ), em julho de 1978, quando cerca de mil obras foram perdidas, entre elas, duas de Picasso e duas de Miró, restando apenas 50 obras do acervo. A perda foi tamanha, que só nos anos 1990 o país recuperaria a confiança internacional para abrigar grandes mostras.


Fogo no Museu, Cristian Segura, 2010, instalação específica, 250 m² de vinil de recorte. Projeto
para o Museu de Arte das Américas em Washington, DC. Fonte: http://www.artealdia.com/ 





sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

MANIFESTO PARA ARTE DE MANUTENÇÃO


Entre 1973 e 1975, a artista americana Mierle Laderman Ukeles realizava ações performáticas em museus, onde ela fazia "faxinas" que buscavam questionar o papel do artista, os processos de fabricação e manutenção da arte, o lugar das mulheres artistas e as questões sociais e raciais ignoradas pelas instituições museológicas.

Como feminista, a artista discutia o status do trabalho de manutenção que inclui ações como limpar, lavar, cozinhar, tanto no espaço doméstico, quanto no público, e que são desconsideradas pela sociedade que não remunera essas funções ou paga baixos salários. 

Suas performances consistiam em realizar essas atividades nos espaços museológicos de arte: "Meu trabalho, será o trabalho", afirmou em seu manifesto.

Washing/Tracks/Maintenance, Mierle Laderman Ukeles, 1973,  ação realizada no Wadsworth Atheneum Museum of Art. Foto: Cortesia da artista e Ronald Feldman Fine Arts, Nova Iorque.


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE ASSÉDIO

Por Jana Xavier

Há alguns dias pensei em escrever sobre o assédio que nós mulheres frequentemente somos vítimas, mas desanimei diante do sentimento de inutilidade da iniciativa. Porém hoje, ao ouvir o desabafo da moça do caixa do supermercado, me solidarizei com ela e, por uma questão de sororidade, decidi expressar nossos sentimentos comuns. A verdade absoluta é que nenhuma mulher em nossa sociedade consegue alcançar seus 15 anos sem passar por esse constrangimento e, infelizmente, muitas, bem antes disso, já se depararam com essa situação desagradável. 

Tive avó, mãe e tias, tenho cunhadas, sobrinhas, professoras, alunas e amigas e falo em nome de todas elas, pois independentemente de idade, características físicas, formas de se vestir ou se comportar, teremos que ouvir gracejos, receber olhares, presenciar gestos e até toques inconvenientes, nos lugares e nos momentos mais impróprios e inesperados. 
Não é possível apontar um tipo de homem que age dessa forma, pois encontramos essa conduta em todas as classes sociais. Particularmente, já ouvi “cantadas” de pedreiros, mecânicos, mendigos, colegas de trabalho, anônimos, mas também de médicos, professores, pastores e até alunos.

O inoportuno não poupa suas primas, pacientes, clientes, alunas, colegas de trabalho, vizinhas e, especialmente, as desconhecidas que encontra nos ônibus, nas ruas e no comércio são seu objeto principal de ofensiva, sob a confiança da impunidade. Nem mesmo a hierarquia reprime o indiscreto, prova disso está no fato de que somos atacadas por chefes e subordinados. Também temos que conviver com esse aborrecimento em todos os lugares: em casa, no trabalho, na escola, no consultório, na igreja, no transporte, nas praças, enfim, não estamos livres em lugar algum.  

Mais bizarro do que isso são os preconceitos e os distúrbios sociais derivados dessa atitude masculina e que todas testemunham e aprendem ao longo da vida: ser culpabilizada pela ofensa recebida; sentir-se receosa ao entrar em ambientes onde há homens sozinhos ou em grupo; ter que adotar uma postura fechada ou deselegante; controlar o vestuário, as palavras, expressões e comportamentos naturais para não ser “mal interpretada”; fazer-se de “desentendida” para evitar maiores transtornos; indignar-se e perceber que não há o que fazer; e mentir ou ocultar de pais, maridos e colegas o abuso sofrido. Ou seja, nos acostumarmos a “engolir” essas situações como se fossem “normais”. 

Não pensem que não sabemos distinguir um elogio de uma cantada. Todas gostamos de ouvir palavras agradáveis e gentis, que nos elevam, nos encorajam, nos valorizam, nos edificam, enquanto as gracinhas impertinentes nos diminuem, nos ofendem, nos desanimam e nos objetificam.   
   
Se você é mulher me entenderá plenamente, se é homem e respeita as mulheres da sua vida, porque felizmente esse mal não acomete a todos, talvez se sinta surpreso e incomodado. Não tenho a pretensão de que essa minha confissão faça algum abusador refletir e mudar seu perfil, sou incrédula demais para isso, mas quem sabe num futuro distante, se nos unirmos nesse propósito e se a humanidade ainda estiver nesse mundo, as mulheres possam ser mais valorizadas, respeitadas e protegidas. 
Por enquanto, por questão de solidariedade e empatia levarei este texto à moça do supermercado, pois talvez assim ela sinta que suas queixas foram ouvidas por alguém que a entendeu completamente. 



terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

A MORTE NAS OBRAS DE CHRISTIAN BOLTANSKI

O artista francês Christian Boltanski trabalha com a temática da memória e da morte em suas obras, numa tentativa frustrada de preservar a vida. “Eu tento tanto preservar a vida, mas a verdade é que sempre falhei”, confessa o artista. Para a exposição "Invento: As Revoluções que nos Inventaram", realizada em 2015, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, Boltanski criou uma instalação site-specific intitulada "Crepúsculo" composta de 480 lâmpadas incandescentes. A cada hora uma delas se apagava definitivamente até todas se extinguirem marcando o encerramento da mostra. A instalação não apenas discutiu o fim da lâmpada incandescente, mas levou a reflexão sobre a finitude de todas as coisas.

Crepúsculo, Christian Boltanski, instalação para a exposição "Invento: As Revoluções que nos Inventaram", 2015, Parque do Ibirapuera SP. Fonte: https://vejasp.abril.com.br/atracao/invento/ 



sábado, 27 de janeiro de 2018

SENHOR DOS MARTÍRIOS

Escultura do Senhor dos Martírios, madeira policromada, tamanho natural, artista desconhecido, Igreja de São Domingos de Gusmão (1723), Salvador BA, tombamento IPHAN 0257, em 13/08/85. Foto: Jana Xavier.