terça-feira, 6 de dezembro de 2022

O RELÓGIO DO PAVÃO

 

O Relógio do Pavão, século XVII, Museu Hermitage, Rússia. 


O relógio foi encomendado a James Cox em 1777, um famoso relojoeiro inglês, pelo princípe Grigory Potemkin: a obra foi um presente para a imperatriz Catarina II da Rússia para a coleção do Palácio Hermitage.

Em bom estado de funcionamento, o objeto ostenta as figuras de um pavão, um galo e uma coruja que entram em movimento a cada hora.

A coruja está associada à escuridão da noite, o galo ao sol e à luz e o pavão ao renascimento: juntos, eles representam a alternância incessante do dia e da noite. Os três pássaros pousam em um velho carvalho.

A coruja vira a cabeça para a direita e para a esquerda, fecha e abre os olhos enquanto com a pata direita acompanha o som provocado pelos sinos colocados acima da gaiola. Então o pavão se move: vira seu corpo para mostrar orgulhosamente suas penas douradas aos espectadores. O pavão então retorna à sua posição original movendo sua cauda vistosa. O galo conclui a dança dos pássaros com seu canto, que determina a transição definitiva da noite para o dia.

Além dos pássaros, a árvore é decorada com folhas de carvalho, bolotas e alguns esquilos. Na base branca, um cogumelo funciona como um mostrador de relógio. Uma pequena libélula no cogumelo funciona como um ponteiro dos segundos.

Atualmente, o relógio é acionado apenas em ocasiões especiais. 


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segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

PALÁCIO REAL DE MYSORE

 

Palácio Real de Mysore, Índia, 1912. 


Trata-se de um complexo decorado com pinturas, fantasias, joias e outros itens importantes, mostrando o opulento estilo de vida da família real do marajá.

A dinastia Wodeyar governou por mais de cinco séculos. A grande contribuição do longo reinado é este palácio construído no século XX, que deixou de ser residência real em 1947, quando a República da Índia foi criada, e desapareceram as numerosas cortes dos marajás.

O estilo arquitetônico do palácio é comumente descrito como indo-sarraceno, combinando perfeitamente arquitetura hindu, muçulmana, Rajput e gótica, com uma estrutura de pedra de três andares, com cúpulas de mármore e torres de cinco andares de 45 metros de altura. A porta da frente e o arco seguram o emblema e o brasão do reino de Mysore, em torno do qual está escrito o lema do reino em sânscrito que significa "nunca aterrorizado".

Podem ser contempladas pinturas requintadas, piso policromado ou feito com pedras semipreciosas, vitrais maravilhosos, portas delicadas e colunas de mármore.

Esta grande jóia do patrimônio arquitetônico hindu está localizada no sul do país, no estado de Karnataka.

Seu arquiteto foi o inglês Henry Irwin, que embora maravilhado pela arte indiana, não hesitou em fundir com as formas da arquitetura muçulmana, arte gótica e prestígio das formas de Rajput.

Desta forma, o resultado é esplendoroso, tanto ao entrar nas suas salas interiores como ao observar a sua grande fachada, levantada em pedra para evitar os incêndios que haviam ocorrido noutros palácios anteriores neste mesmo lugar. As duas salas Durbar eram onde o Marajá recebia os seus visitantes para os impressionar. 

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quarta-feira, 23 de novembro de 2022

ANDARILHO SOBRE O NEVOEIRO, CASPAR DAVID FRIEDRICH

 

Andarilho sobre o nevoeiro, Caspar David Friedrich, óleo sobre tela, 94,8 x 74,8cm, 1818. Galeria de Arte de Hamburgo, Alemanha.


Friedrich é conhecido por ter feito declarações políticas em sua pintura, muitas vezes codificadas de maneiras sutis. Essa pintura retrata um homem solitário, vestido formalmente e segurando um cajado, de pé sobre um afloramento de rochas olhando para uma extensão difícil de ser explorada. O homem solitário está parado, o cabelo está despenteado com um vento invisível, que se agita a seus pés. No fundo há um céu cheio de nuvens brancas e o contorno dos cumes das montanhas pouco visíveis através da neblina. À medida que o homem contempla a vastidão diante dele, a sublimidade da natureza é demonstrada não em uma visão calma e serena, mas no poder do que as forças naturais podem realizar.

O artista faz uma crítica velada ao governo alemão, pois o traje representado pelo homem, foi usado por estudantes e outros civis revoltosos durante as Guerras de Libertação da Alemanha. 

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terça-feira, 22 de novembro de 2022

GOLCONDE, RENNÉ MAGRITE

 

Golconde, René Magritte, óleo sobre tela, 81 cm × 100 cm, 1953. The Menil Collection, Houston, Texas.


Golconde é uma cidade na Índia, que foi sede de dois reinos diferentes nos séculos XIV a XVII. A riqueza da região vinha da indústria de diamantes e tornou-se tão lendária que seu nome passou a ser sinônimo de mina da riqueza.

Nessa obra o artista retrata uma cena de "chuva de homens", quase idênticos uns aos outros vestidos com sobretudos escuros e chapéus coco, que parecem cair como gotas de chuva ou estarem flutuando. O cenário apresenta edifícios com telhado vermelho e um céu azul, dando a entender que os homens não estão chovendo. Eles estão distribuídos verticalmente em uma rede diagonal. Magritte vivia em um ambiente suburbano semelhante e vestia-se desse modo.

Magritte estava fascinado pela sedução das imagens. Normalmente, você vê algo e acredita no que enxerga. Mas o artista sabia que representações de uma coisa podem mentir. Essas são imagens de homens e não então não precisam seguir qualquer regra. A pintura é divertida, mas também nos indica a falsidade das representações. É uma pintura, não precisa ser real, pode ser surreal.

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quarta-feira, 10 de agosto de 2022

ART DÉCO

Vamos conferir duas esculturas muito famosas marcada pelas linhas retas. Art Déco é uma abreviação da expressão arts décoratifs. Estilo que surgiu na Europa na década de 1920, estendendo-se para os EUA e a América. Influenciou a arquitetura e o design. O auge do Art Déco ocorreu em 1925 durante a Exposição Internacional de Artes Decorativas, em Paris. Temos o uso dos materiais modernos (concreto, aço, vidro) e da produção em larga escala. Características: linhas retas e verticais; formas geométricas e abstratas; torres de relógio. Influência do cubismo, futurismo e construtivismo. Estilo elegante, luxuoso, funcional e ultramoderno.



🔶As duas esculturas destacadas remetem a personagens da cristandade: o Cristo Redentor e a cena da Pietá, com Maria sepultando seu filho retirado da cruz. Assim, se em Brecheret temos o Cristo morto em Landowsk ele é o Redentor, duas faces do Salvador do mundo em linhas do Art Déco. 🔷


1. O sepultamento, Túmulo de Olívia Guedes Penteado, Victor Brecheret, granito, 1923. Cemitério da Consolação, São Paulo, Brasil.

2. Cristo Redentor, Paul Landowsk, concreto armado e pedra sabão, 30 m., 1922. Rio de Janeiro. 

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terça-feira, 31 de maio de 2022

El Quijote de la farola

El Quijote de la farola (O Quixote do poste de Luz), Alberto Korda, Havana, 1959. Enquadramento 5:4.

Esta foto foi tirada no dia 26 de junho de 1959, durante uma comemoração do triunfo da Revolução Cubana, na praça da Revolução (antiga Praça Cívica de Havana). Temos o plano secundário onde há uma multidão e o plano principal onde está o camponês subido em um poste. O camponês tem um ar intelectual, pensativo como na escultura de Rodin. Os globos de luz equilibram a figura central. Destaca-se as relações indivíduo-massa, individualidade-coletividade.

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sexta-feira, 20 de maio de 2022

A purificação do templo, El Greco

 


A purificação do templo, 1571, El Greco, 65 x 83 cm, têmpera sobre painel. Período Barroco.


Os vendilhões são expulsos por Jesus. É possível observar no Templo, um grande número de vendilhões, composto por homens e mulheres com os seios à vista. As pessoas encontram-se assustadas e agitadas em volta de Cristo, muitas delas tentando se proteger das chicotadas. Espalhados pelo chão estão gaiolas e cestos com animais. Destaque para os contrastes cromáticos, de luz e sombra e a representação da arquitetura. Contorcionismo e figuras cortadas. No canto inferior direito os bustos dos pintores Ticiano, Michelangelo, Giulio Clovio e Correggio, ou Rafael, como uma explícita homenagem de El Grego às suas influências artísticas.

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quinta-feira, 12 de maio de 2022

Mulheres de Tejucupapo

 

Mulheres de Tejucupapo, Tereza Costa Rêgo, painel sobre madeira, 800 x 220 cm, 2015.

O painel de Tereza apresenta o mito popular de Tejucupapo: quatro mulheres, quatro Marias (Camarão, Quitéria, Clara e Joaquina), acuadas, teriam liderado uma briga contra o exército holandês nesse vilarejo ao norte do Recife. Em Tejucupapo, a artista interpreta, de forma épica, um dos mitos da história pernambucana e brasileira: a presença e expulsão dos holandeses no Brasil. Tejucupapo é um pequeno vilarejo nas cercanias das praias de Ponta de Pedras e Catuama, a cerca de 60 quilômetros do Recife. Num dos últimos suspiros da presença holandesa no Nordeste do Brasil, cerca de 600 compatriotas de Nassau teriam saído das imediações do Forte Orange, em Itamaracá. Partiram em direção ao vilarejo, na busca por cajus e farinha de mandioca, alimentos que ganhavam importância. Para invadir a vila, teriam escolhido um domingo, dia em que os homens se ausentavam para vender os produtos da pesca. Conforme se firmou no imaginário local, quatro mulheres, teriam liderado a reação e expulsado os forasteiros, usando, como armas, águas de pimenta e chuços, instrumentos pontiguados para a pesca do sururu.


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