domingo, 5 de abril de 2020

ESTÉTICA MEDIEVAL


  • Acreditavam na existência de um mundo divino (Deus) e um mundo visível (homem). Os homens se dividem em três categorias: os que oram (igreja), os que combatem (rei) e os que trabalham (povo).
  • A arte como teofania (manifestação de Deus) e os ícones como um canal de devoção. Caráter didático de educação de um povo rude e iletrado e para glorificar a Igreja.
  • A estética era um ramo da teologia. Se opunha ao naturalismo. A beleza física e sensual era condenada por motivos morais e religiosos.
  • A beleza como radiância da verdade, esplendor da perfeição (luz), apreensível pela razão. Pertence a Deus. Manifesta-se na harmonia, na matemática e na proporção.
  • A Catedral era um modelo do cosmo, reproduzindo em suas proporções matemáticas a cidade Celeste. 
  • A composição é simétrica (em Deus nada é torto), luminosa e sem o preto (em Deus não há escuridão.

“Na opinião da Idade-Media, a arte seria supérflua se toda a gente soubesse ler e seguisse uma corrente abstrata de raciocínio; a arte foi originalmente considerada como simples concessão as massas ignorantes, tão facilmente influenciáveis pelas impressões dos sentidos. Não se permitia, por certo, que ela consistisse num “mero prazer para os olhos”, como disse São Nilo. O caráter didático e o traço mais típico da arte crista, em confronto com a dos antigos”. HAUSER, Arnold. A Teoria Social da Arte (1951).


“Enquanto a multidão, alternativamente, mostra os quadros uns para os outros, ou se põe a examiná-los espontaneamente, já demora mais do que antes a pensar em festas, e se alimenta com os olhos em vez de alimentar-se com os lábios. Dessa maneira, enquanto se maravilha com as pinturas, esquece a fome, um hábito melhor se apodera gradualmente de todos, que ao lerem as histórias sagradas, aprendem com os exemplos piedosos quão estimáveis são as santas ações e quão satisfatória para a sede é a sobriedade” (Paulinus, Bispo de Nola, Nápoles, Século V). 


Retábulo de São Francisco, 1235, Bonaventura Berlinghieri, têmpera sobre madeira, 152x107 cm, Igreja de São Francisco, Pescia, Toscana, Itália.  Retabulo de sua vida (pregando aos pássaros) e seus milagres (cura da menina do pescoço torto (embaixo à esquerda), dos estropiados, do mendigo Bartolomeu e da possessa de Narni (à direita) que lhe canonizaram.




Exaltación de la Orden Dominicana,  Capela dos Espanhois,  1365, Andrea de Bonaiuto,  Igreja de Santa Maria Novella.  A igreja conduzindo os homens para o céu por meio do papa Bento XI e São Tomás de Aquino.  




Bíblia de Reims, 870, Roma. Cena do recenseamento de Israel com a arca da aliança. 



Evangelário do imperador Otto III, Itália, séc. X. Otto coroado no trono, segura o cetro e a orbe (globo com cruz). Do lado esquerdo dois bispos e do direito dois homens do exército com suas armas. 





Evangelário de Bamberg, Alemanha, 1030. Cena do Evangelho de João: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele”.



 Comentário do Apocalipse, Beatos de Liebana, Espanha, c. 1000. Cena de Adão e Eva e o pecado original. 

Referências:

BAYER, Raymond. História da Estética. Lisboa: Editorial Estampa, 1979.
BRANDÃO, Carlos Antônio Leite. A formação do homem moderno vista através da arquitetura. Belo Horizonte: UFMG, 1999. 
HAUSER, Arnold. História Social da Arte. São Paulo: Mestre Jou, 1951.
HINRICHSEN, Luís Evandro. A experiência estética segundo Santo Agostinho: Beleza, unidade, conversão e transcendência. Revista Civitas Augustiniana, n. 3, 2014, p. 33-66.
HUISMAN, Denis. A Estética. 2ª ed. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1961.
OSBORNE, Harold. Estética e Teoria da Arte: Uma introdução histórica. São Paulo: Cultrix, 1968.
SUASSUNA, Ariano. Iniciação à Estética. 2ª ed. Recife: Editora UFPE, 1979. 


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