segunda-feira, 27 de março de 2017

MONA LOU, RUBENS GERCHMAN

O artista plástico Rubens Gerchman nasceu no Rio de Janeiro em 1942, desenvolvendo sua formação artística no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro (1957) e na Escola Nacional de Belas-Artes (1960), começando a expor ainda na década de 1960. Participou das mostras Opinião 65, Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira 67, no MAM RJ, tornando-se, a partir de então, um dos mais destacados artistas da vanguarda brasileira. Entre os anos de 1968 a 1972, morou em NY, realizando exposições individuais e coletivas e no seu retorno ao Brasil, dirigiu a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ. Nas décadas de 1970, 1980 e 1990 expôs com regularidade no Brasil e no exterior. O artista faleceu em 2008.

Mona Lou (1975) faz parte de uma série de obras dedicadas à Maria de Lourdes de Oliveira, conhecida como “Lou”, envolvida na morte de três homens atraídos por ela para hotéis no Bairro da Tijuca para serem assassinados por seu companheiro. Lou é representada por Gerchman como uma mulher sensual, erótica e diabólica que ele incorpora em outros personagens conhecidos das artes e da Literatura como Iracema, de José de Alencar, a Negra, de Tarsila do Amaral e a Monalisa, de Leonardo da Vinci. Nesta última, ele acrescenta a inscrição “Caçadora de Cabeças”.   Através dessas obras, o artista usa o “mau gosto” do tema para discutir as repressões morais e culturais que a classe média se impõe e quer impor sobre os demais, denunciando a falta de identidade e despersonalização da sociedade brasileira. Rubens Gerchman buscava suas referências na vida popular, no cotidiano, no universo anônimo, nas páginas dos jornais a fim de mostrar que as coisas não são o que aparentam. A proposta aproxima o pintor das várias interpretações que as obras primas vinham recebendo de artistas como Duchamp, Léger, Andy Warhol, entre outros. 

Mona Lou, Rubens Gerchman, 1975, Tinta óleo sobre fotografia colada sobre eucatex, MAC Niterói, RJ.
Foto: Janaina Xavier


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