O artista plástico Rubens Gerchman nasceu no Rio de Janeiro em 1942, desenvolvendo sua formação artística no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro (1957) e na Escola Nacional de Belas-Artes (1960), começando a expor ainda na década de 1960. Participou das mostras Opinião 65, Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira 67, no MAM RJ, tornando-se, a partir de então, um dos mais destacados artistas da vanguarda brasileira. Entre os anos de 1968 a 1972, morou em NY, realizando exposições individuais e coletivas e no seu retorno ao Brasil, dirigiu a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ. Nas décadas de 1970, 1980 e 1990 expôs com regularidade no Brasil e no exterior. O artista faleceu em 2008.
Mona Lou (1975) faz parte de uma série de obras dedicadas à Maria de Lourdes de Oliveira, conhecida como “Lou”, envolvida na morte de três homens atraídos por ela para hotéis no Bairro da Tijuca para serem assassinados por seu companheiro. Lou é representada por Gerchman como uma mulher sensual, erótica e diabólica que ele incorpora em outros personagens conhecidos das artes e da Literatura como Iracema, de José de Alencar, a Negra, de Tarsila do Amaral e a Monalisa, de Leonardo da Vinci. Nesta última, ele acrescenta a inscrição “Caçadora de Cabeças”. Através dessas obras, o artista usa o “mau gosto” do tema para discutir as repressões morais e culturais que a classe média se impõe e quer impor sobre os demais, denunciando a falta de identidade e despersonalização da sociedade brasileira. Rubens Gerchman buscava suas referências na vida popular, no cotidiano, no universo anônimo, nas páginas dos jornais a fim de mostrar que as coisas não são o que aparentam. A proposta aproxima o pintor das várias interpretações que as obras primas vinham recebendo de artistas como Duchamp, Léger, Andy Warhol, entre outros.
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Mona Lou, Rubens Gerchman, 1975, Tinta óleo sobre fotografia colada sobre eucatex, MAC Niterói, RJ. Foto: Janaina Xavier |