sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

PERFORMANCE DE MARINA ABRAMOVIC: The House with the Ocean

De 15 a 26 de novembro de 2002, em uma de suas performances artísticas intitulada The House with the Ocean View (A Casa com Vista para o Oceano), a artista sérvia Marina Abramovic (1946), passou doze dias, sem comida e em silêncio em três cômodos suspensos na Galeria Sean Kelly, em Nova York, de frente para rua e separada do público por escadas, cujo os degraus eram facas afiadas (objeto que Marina concebeu e entitulou “faca de dois gumes”). Ela dedicou essa experiência a cidade de Nova York após os atentados terroristas ocorridos em 11 de setembro de 2011. A artista considera essa performance como a maior de sua carreira e o público permaneceu por horas acompanhando sua ação.

Vejam as fotos e a entrevista em vídeo da artista que documentaram a performance:


The House with the Ocean View, 2002, Galeria Sean Kelly, Nova York. Fonte: http://www.skny.com/


The House with the Ocean View, 2002, Galeria Sean Kelly, Nova York. Fonte: http://www.skny.com/



segunda-feira, 6 de novembro de 2017

JAZZ DE HENRI MATISSE

Jazz é um álbum do artista francês Henri Matisse (1869-1954). Em suas vinte páginas, Matisse trabalhou com o recorte livre de formas coloridas, alegres, abstratas e orgânicas que remetem a cenas do circo, da natureza e do mar. A obra, que começou a ser realizada em 1944, só se encerrou em 1946, com a impressão de 250 cópias do catálogo.

Nessa proposta, os alunos do Curso de Pedagogia do UNASP EC, na disciplina de Arte Educação, experimentaram a técnica de Matisse, produzindo composições a partir da observação e releitura de Jazz. A intenção do trabalho é levar essa atividade para os alunos em sala de aula. Cores vivas, curvas, emoção, movimento e ritmo é a essência de Jazz e isso vai contagiar as crianças.


Composições dos alunos do Curso de Pedagogia do UNASP EC. Foto: Jana Xavier, 2017.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

CORDEIRO DE DEUS

As obras do artista brasileiro Alex Flemming (1954) são carregadas de sofrimento, sacrifício e morte, que chocam e confrontam o expectador.  A mistura de elementos contraditórios e enigmáticos captura o olhar.  Animais pintados unidos com objetos cotidianos de uma casa, provocam nossos sentimentos, pois nesse encontro temos a vida e a morte. Os corpos dos animais são golpeados por esses instrumentos que usamos no nosso dia a dia para edificar, medir, construir, alimentar, causando um jogo de ambiguidade, que não nos deixa insensíveis. 

Na obra Cordeiro de Deus temos um cordeiro empalhado pintado em azul, ferido por dez escumadeiras de metal. O objeto artístico remete a Jesus Cristo, que na Bíblia é identificado como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1: 29). Essa figura de linguagem revela o papel vicário de Cristo, que morreu pelos pecados da humanidade, assim como no passado os cordeiros eram oferecidos em sacrifício pelos pecados dos homens. A cor azul do animal lembra o manto com que Jesus é frequentemente representado na iconografia. O fato de que na poética do artista Cristo é ferido por objetos comuns e habituais, pode nos lembrar de que diariamente ofendemos a Deus com nossas atitudes egoístas e indiferentes. 

Cordeiro de Deus, Alex Flemming, 1991. Técnica: Acrílica sobre anima empalhado, objeto de metal, MAC USP. Foto: Janaina Xavier, 2016.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

CRUCIFIXÃO, REGO MONTEIRO

Crucifixão, Vicente do Rego Monteiro, 1924, óleo sobre tela, 88,5x77,7 cm, Museu Oscar Niemeyer. Foto: Jana Xavier 
A obra “Crucifixão”, do artista brasileiro Vicente do Rego Monteiro (Recife, 1899-1970) retrata a morte de Cristo. A pintura tem forte influência do cubismo com a geometrização das formas e volumes, mas com referências à cerâmica indígena marajoara, predominando os tons terrosos. Cristo está em posição centralizada na tela, voltado de frente para o observador, seu corpo tem a forma da cruz. A coroa de espinhos faz a cabeça de Cristo sangrar, os ferimentos em seu peito, mãos e pés também sangram, os cravos são evidenciados pela cor mais escura. Nos lados de Cristo duas mulheres choram com as mãos postas em oração, apoiadas sobre a cruz. Uma delas está com os olhos abertos e a outra os mantém fechados. A obra expressa tristeza e pesar e inspira o observador a reflexão sobre o sentido do sacrifício de Jesus pela humanidade.    

terça-feira, 5 de setembro de 2017

CRISTO DO GUIGNARD


A expressão e o olhar do Cristo do pintor mineiro Guignard é extremamente tocante e profunda. O rosto alongado e a coroa de espinhos acentuam a punção da obra. As cores quentes e fortes ressaltam a paixão de Jesus. Expressão pura. Simplesmente fantástico! 

Cristo ao Fundo de Paisagem Mineira, Alberto da Veiga Guignard, óleo sobre madeira, 40,5 x 32,5 cm, 1961.

A MULHER ADÚLTERA

Cristo e a mulher adúltera, Rodolfo Bernardelli, 1884, mármore, 2,02 m, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. Foto: Jana Xavier
O artista conseguiu captar plenamente a essência do momento: "Eu também não te condeno" João 8:11. Jesus não apenas não condenou, mas acolheu a mulher.




quinta-feira, 17 de agosto de 2017

PRESSÁGIO


 O AMOR, quando se revela,
 Não se sabe revelar.
 Sabe bem olhar p'ra ela,
 Mas não lhe sabe falar.

 Quem quer dizer o que sente
 Não sabe o que há de dizer.
 Fala: parece que mente...
 Cala: parece esquecer...

 Ah, mas se ela adivinhasse,
 Se pudesse ouvir o olhar, 
 E se um olhar lhe bastasse
 P'ra saber que a estão a amar!

 Mas quem sente muito, cala;
 Quem quer dizer quanto sente
 Fica sem alma nem fala,
 Fica só, inteiramente!

 Mas se isto puder contar-lhe
 O que não lhe ouso contar,
 Já não terei que falar-lhe
 Porque lhe estou a falar...

Fernando Pessoa

domingo, 14 de maio de 2017

CASA DA IPIRANGA EM PETROPÓLIS

A casa da Rua Ipiranga, em Petrópolis, de propriedade do economista José Tavares Guerra (1861-1907), foi construída em 1884 pelo engenheiro alemão Karl Spangenberger. A casa é em estilo rainha Vitória (1819-1901), da Inglaterra, com salões de festas com lustres franceses, espelhos de cristal, lareiras de mármore de Carrara e cerca de 200 pinturas murais. O jardim preserva o traçado original criado pelo botânico e paisagista francês Auguste Glaziou, que realizou os jardins da Quinta da Boa Vista e do Passeio Público, no Rio de Janeiro, para o Império Brasileiro. Nas obras foi utilizada mão-de-obra de imigrantes alemães em lugar da escrava. Foi a primeira residência em Petrópolis a empregar luz elétrica em 1896.

Fachada Principal. Foto: Janaina Xavier.

Salão com lareira e lustre francês da mesma fundição que fez os do Palácio de Versalhes, na França.
Foto: Janaina Xavier.

Pintura de anjos no teto. Foto: Janaina Xavier.

Pintura mural de um anjo tocando harpa. Foto: Janaina Xavier.

Vista do jardim. Foto: Janaina Xavier.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

OS OMBROS SUPORTAM O MUNDO

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram. 
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.


Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.


Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança. 
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 27 de março de 2017

MONA LOU, RUBENS GERCHMAN

O artista plástico Rubens Gerchman nasceu no Rio de Janeiro em 1942, desenvolvendo sua formação artística no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro (1957) e na Escola Nacional de Belas-Artes (1960), começando a expor ainda na década de 1960. Participou das mostras Opinião 65, Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira 67, no MAM RJ, tornando-se, a partir de então, um dos mais destacados artistas da vanguarda brasileira. Entre os anos de 1968 a 1972, morou em NY, realizando exposições individuais e coletivas e no seu retorno ao Brasil, dirigiu a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ. Nas décadas de 1970, 1980 e 1990 expôs com regularidade no Brasil e no exterior. O artista faleceu em 2008.

Mona Lou (1975) faz parte de uma série de obras dedicadas à Maria de Lourdes de Oliveira, conhecida como “Lou”, envolvida na morte de três homens atraídos por ela para hotéis no Bairro da Tijuca para serem assassinados por seu companheiro. Lou é representada por Gerchman como uma mulher sensual, erótica e diabólica que ele incorpora em outros personagens conhecidos das artes e da Literatura como Iracema, de José de Alencar, a Negra, de Tarsila do Amaral e a Monalisa, de Leonardo da Vinci. Nesta última, ele acrescenta a inscrição “Caçadora de Cabeças”.   Através dessas obras, o artista usa o “mau gosto” do tema para discutir as repressões morais e culturais que a classe média se impõe e quer impor sobre os demais, denunciando a falta de identidade e despersonalização da sociedade brasileira. Rubens Gerchman buscava suas referências na vida popular, no cotidiano, no universo anônimo, nas páginas dos jornais a fim de mostrar que as coisas não são o que aparentam. A proposta aproxima o pintor das várias interpretações que as obras primas vinham recebendo de artistas como Duchamp, Léger, Andy Warhol, entre outros. 

Mona Lou, Rubens Gerchman, 1975, Tinta óleo sobre fotografia colada sobre eucatex, MAC Niterói, RJ.
Foto: Janaina Xavier


sexta-feira, 17 de março de 2017

DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS

Na obra Dois pesos, duas medidas (2016), a artista brasileira Lais Myrrha constrói duas torres com as mesmas dimensões, compostas de materiais contrutivos empilhados. De um lado, materiais empregados nas construções indígenas (cipó, toras de madeira, palha) e, de outro, aqueles usados nas edificações típicas brasileiras (tijolo, cimento, ferro, vidro, canos) – dois modos construtivos que corporificam modos de vida e dois projetos distintos de sociedade que, ainda que sejam potência de construção, já anunciam suas formas de ruína. A obra foi exposta na 32ª Bienal de São Paulo, em 2016.

Dois pesos, duas medidas, detalhe da coluna com materiais indígenas. Foto: Janaina Xavier, 2016.

Dois pesos e duas medidas, detalhe da coluna com materiais contemporâneos. Foto: Janaina Xavier, 2016

domingo, 26 de fevereiro de 2017

GLU GLU GLU

A obra Glu Glu Glu, de Anna Maria Maiolino, faz referência ao ato de comer, uma ação que une as pessoas, mas que também as separa: uns comem demais e outros passam por privação de alimentos. Essas eram questões sociais no Brasil na década de 1960 e que ainda se fazem presentes na atualidade.  Glu Glu Glu também chama atenção para os órgãos digestivos e a cabeça “encaixotada” pelo sistema, tentando “deglutir” a vida cotidiana das políticas ditatoriais. Nota-se ainda o anonimato da pessoa que está de costas para o público, porém sua boca está curiosamente colocada na parte de trás da cabeça.

Maiolino nasceu na Itália e aos 12 anos mudou-se para a Venezuela onde começou a estudar arte. Em 1960, mudou-se para o Brasil onde deu continuidade aos seus estudos na Escola Nacional de Belas Artes, RJ. 



Glu Glu Glu, Anna Maria Maiolino, 1966, Acrílica sobre tecido estofado, 110.50 x 59.00 cm, MAM RJ.
Foto: Janaina Xavier.



domingo, 22 de janeiro de 2017

GUIOMAR DE SOUZA FAGUNDES

Baiana quitandeira, 1931, óleo sobre tela, 140,5 x 114 cm, Guiomar Fagundes, acervo da Pinacoteca SP

Guiomar de Sousa Fagundes (1896: São Paulo, SP – 1975: Rio de Janeiro, RJ)

Artista figurativista, pintou flores, cenas de gênero e nus. Estudou pintura com Oscar Pereira da Silva, em São Paulo. Viajou à Europa, visitando Paris e Milão. Nesta cidade teve aulas com o artista Ângelo Cantu. Sua sólida aprendizagem nos anos europeus lhe proporcionou uma pintura de bom colorido e desenho. Realizou diversas mostras individuais e coletivas na França, no Uruguai, Portugal, Argentina e no Brasil.

Fonte:
http://brasilartesenciclopedias.com.br/nacional/fagundes_guiomar.htm


terça-feira, 10 de janeiro de 2017

PRAIA DA CAPILHA NA RESERVA DO TAIM EM RIO GRANDE, RS

O Taim é uma reserva ecológica com uma grande diversidade de animais e onde vivem comunidades que se dedicam à pesca, à criação de animais e à agricultura. Uma dessas comunidades é conhecida por Capilha de Rio Grande ou Vila Capilha, localizada às margens da Lagoa Mirim, 4º Distrito da cidade de Rio Grande. Seu nome origina-se do espanhol "Capilla", ou "capela" em português.
A Capela de Nossa Senhora da Conceição é uma das mais antigas construções conhecidas da fronteira sul do Brasil. A primeira edificação foi construída em 1785, sendo chamada pelos espanhóis de "Capela de São Pedro" por estar no continente de São Pedro. Em 1844 foi reconstruída pelo Capitão Faustino Corrêa, fazendeiro da região.
Pesquisas arqueológicas da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) encontraram vestígios de outra capela no local, construída por volta do ano de 1700. Pelo menos duas outras já haviam sido erguidas ali, uma delas de madeira que teve as paredes queimadas. Conforme os estudos, possivelmente, a primeira capela tenha sido edificada para o corpo de guarda de fronteira. A capela pode ter sido abandonada durante os 13 anos de ocupação espanhola (1763-1776). A igreja possui estilo simples, com colunas dóricas e jônicas adossadas, frontão triangular com óculo central e duas torres para os sinos, que lembra a arquitetura jesuítica. Seu estado de conservação é bastante precário, porém, existem movimentos em andamento para realizar seu restauro. 

Igreja da Praia da Capilha

Interior da Igreja

Praia da Capilha

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

APENAS AMAR



Saudarei cada dia com amor no coração.
Olharei todas as coisas com amor e renascerei.
Farei do amor minha maior arma.
E ninguém que há em frente poderá defender-se da sua força.
Os músculos podem partir o escudo e até destruir a vida,
Mas apenas os poderes invisíveis do amor podem abrir o coração dos homens.
Amarei o sol porque aquece meu corpo,
Mas amarei a chuva porque purifica o ar.
Amarei luz porque me mostra o caminho,
Mas amarei a escuridão porque me faz ver as estrelas.
Amarei os ricos porque são poucos.
Amarei os pobres porque são muitos.
Amarei os orgulhosos pois são apenas humanos,
E amarei os humildes pois são divinos.
E acima de tudo amarei a mim mesmo pois quando isso fizer,
Cuidarei do meu corpo e do meu espírito para amar toda humanidade.
Nesse momento todo ódio vai desaparecer das minhas veias,
Pois não tenho tempo para odiar,
Apenas para amar.

Adaptação do “Pergaminho 2” - Do Livro “ O maior Vendedor do Mundo” de Og Mandino

sábado, 7 de janeiro de 2017

BRINCO DE PRINCESA

A flor símbolo da minha cidade Pelotas (RS). Encontrei essa no Jardim Botânico em Curitiba. 

Foto: Jana Xavier