quinta-feira, 25 de junho de 2015

VIRANDO A CABEÇA PARA OS PAGOS

Impossível ser gaúcho e não lamentar a morte do historiador, músico, folclorista, apresentador e um dos grandes expoentes da cultura gauchesca, Nico Fagundes. Fagundes é autor de vários livros sobre a história e a cultura do Rio Grande do Sul. Dirigiu filmes e participou também como ator de obras regionalistas. Mas, sem dúvida alguma, a maior contribuição de Nico Fagundes foi para a música. Autor de aproximadamente 100 canções que exaltam a vida e os costumes dos pampas, entre elas, a mais conhecida e amada dos gaúchos: o Canto Alegretense. A música, foi uma homenagem do cantor a sua terra Natal e se tornou um hino no Rio Grande do Sul:


Não me perguntes onde fica o Alegrete
Segue o rumo do seu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete
E ouvirás toque de gaita e violão
Pra quem chega de Rosário ao fim da tarde
Ou quem vem de Uruguaiana de manhã
Tem o sol como uma brasa que ainda arde
Mergulhado no Rio Ibirapuitã

Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduí

E na hora derradeira que eu mereça
Ver o sol alegretense entardecer
Como os potros vou virar minha cabeça
Para os pagos no momento de morrer
E nos olhos vou levar o encantamento
Desta terra que eu amei com devoção
Cada verso que eu componho é um pagamento
De uma dívida de amor e gratidão

Antônio Augusto Fagundes. Foto: Ricardo Duarte

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