quinta-feira, 23 de julho de 2020

SALÃO DO BAR BRASIL

A Exposição do Salão Bar Brasil, em Belo Horizonte, 1936, foi uma mostra de questionamento à produção artística tradicional. Durante a XII Exposição da Sociedade Mineira de Belas Artes, os artistas que se reuniam no Bar do Cine Brasil, organizaram uma apresentação concorrente de seus trabalhos, liderados por Delpino Júnior. A exposição do Bar Brasil, de pretensões modernas, teve apoio da Prefeitura de Belo Horizonte e contou com a presença dos intelectuais e da imprensa local. Alberto Delpino, Djanira Seixas Coutinho, Genesco Murta, Renato Lima, Franciso Rocha, J. J. Neves, Fernando Pierucetti e Renato Lima, foram alguns dos artistas participantes e que afirmavam o desejo de afastar a pobreza do ambiente artístico mineiro.  

Entre os trabalhos premiados, estavam os desenhos Jornaleiros e Miséria, de Fernando Pierucetti. Seus trabalhos apresentavam os desconhecidos do cotidiano recente na cidade moderna de Belo Horizonte, rompendo com a estética mineira tradicional das igrejas e do passado colonial. Com medo de ser considerado comunista e sofrer perseguição policial, o artista assina as obras com o pseudônimo Luiz Alfredo. 



Fernando Pierucetti. Jornaleiros. 1936. Carvão/Papel. 75,5 x 60 cm.
Museu Mineiro. Belo Horizonte


Fernando Pierucetti. Miséria. 1936. Carvão/Papel. 58 x 70 cm. Museu Mineiro. Belo Horizonte. 












FONTE: 
VIVAS, Rodrigo. 1944. Do pincel à gilete: a arte moderna em Belo Horizonte. In: CAVALCANTI, Ana Maria Tavares; OLIVEIRA, Emerson Dionísio; COUTO, Maria de Fátima Morethy; MALTA, Marize. Histórias da Arte em exposições. Rio de Janeiro: Rio Books, 2017. 

sexta-feira, 17 de julho de 2020

ASSIM BRILHE A VOSSA LUZ

Uma conversa sobre o acervo de lamparinas do período bíblico no acervo do Museu de Arqueologia Bíblica (MAB UNASP EC). Participação da museóloga Dra Janaina Xavier e da teóloga Thais Benedetti.


quarta-feira, 15 de julho de 2020

POSTA LIXO, REGINA VATER


Em 1974, ao visitar os espaços turísticos e culturais de NY, a artista carioca Regina Vater (1943) registra imagens paradoxais da cidade considerada a capital da cultura e da vanguarda. Para Vater, NY é um cenário urbano distópico, onde os dejetos e descartes da sociedade de consumo aparecem nas fotografias como algo que  se sobressai ao imaginário turístico glamoroso. A imagem de lixo urbano também contrapõe a função idealizada para os cartões postais de representar cenários aprazíveis. A obra foi enviada ao Diretor do MAC USP, Walter Zanini para a exposição coletiva VIII JAC (Jovem Arte Contemporânea). Fonte: FREIRE, Cristina (org). Terra Brasilis: arte brasileira no acervo conceitual do MAC USP. São Paulo: MAC USP, 2019.


Posta Lixo,  Regina Vater,1974. Arte Postal endereçada a Zanini, Nova York.











sexta-feira, 10 de julho de 2020

CULTURA NACIONAL


Apenas 10,4% dos 5.570 municípios brasileiros têm um cinema, 23,4% possuem teatro ou sala de espetáculos, 27,2%, museu, e 37%, um centro cultural.  As bibliotecas públicas são o equipamento mais presente no País: estão em 97,1% das cidades (IBGE, 2014).



Fonte: PENNAFORT, Roberta. Só 10% das cidades brasileiras têm cinema e menos de um quarto possui teatro. Jornal O Estadão. 14 Dez. 2015. Disponível em: http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,so-10-das-cidades-brasileiras-tem-cinema-e-menos-de-um-quarto-possui-teatro,10000004766 


quinta-feira, 2 de julho de 2020

HERÓI

Anna Maria Maiolino (Itália, 1942) é uma das artistas brasileiras de maior reconhecimento internacional. Migrou para o Rio de Janeiro em 1960, depois de iniciar seus estudos artísticos na Venezuela. No Rio, participou do movimento chamado Nova Figuração, distanciando-se das formas tradicionais da arte, como a pintura de cavalete. Tais mudanças de linguagem implicaram um engajamento político dos artistas, na medida em que o caráter coletivo dos trabalhos incorporava temas de interesse público, refletindo os fortes conflitos sociais e políticos da época. ‘O herói’ pode ser interpretado como uma denúncia do autoritarismo no Brasil sob o comando dos militares na época. A caveira é uma alusão à morte, alegoria da violência militar do período. Embora entende-se que 1968 tenha inaugurado o período mais duro da ditadura militar, com a perseguição política sistematizada pelo decreto AI- 5, desde 1964 empregaram-se métodos de controle, intimidação, tortura e extermínio. Assim, a obra de Maiolino, de 1966, antecipava a crítica às violações dos direitos humanos da ditadura brasileira. O termo ‘herói’ é uma ironia; questiona o caráter dessa figura, que se orgulha de suas medalhas e está a serviço do poder. Esta é a segunda versão da obra, com as medalhas originais, pois a primeira foi destruída. Fonte: MASP, 2020

Fonte: Acervo MASP - Anna Maria Maiolino, O herói, 1966, doação da artista.