domingo, 4 de setembro de 2016

LUTE

O artista brasileiro Carlos Zilio (1944-) em sua produção dos anos 1960 e 1970 revelou um amplo sentido de crítica social. Em sua obra Lute (1967) o artista cria máscaras de rostos anônimos, agregadas a outros elementos, como relógios de ponto ou marmitas, fazendo com que a obra adquira caráter de denúncia social. Esse trabalho representa o esforço máximo do artista para integrar arte e política. No interior da marmita, em lugar do alimento, uma máscara sem rosto. Com Lute ele participa da  IX Bienal de São Paulo (1967). Em março de 1970, foi ferido a bala em confronto com a polícia e preso, sendo colocado em liberdade dois anos depois. Em 1976, exilou-se em Paris por perseguição política, até 1980.

Passados 50 anos da obra de Zilio, o país enfrenta uma severa crise política e econômica e seu objeto artístico torna-se ainda relevante e provocativo da necessidade dos trabalhadores se mobilizarem por um Brasil mais justo, igualitário e sem corrupção.

Lute, Carlos Zilio, 1967. Acervo MAM RJ.
Foto: Janaina Xavier