Ao passar por Pelotas, em 1820, o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, se hospedou na charqueada do Sr. Chaves. Entre as tantas coisas que observou, ele fez esse impressionante registro:
"Há sempre na sala um negrinho de dez a doze anos, que permanece de pé, pronto a ir chamar os outros escravos, a oferecer um copo de água e a prestar pequenos serviços caseiros. Não conheço criatura mais infeliz do que esta criança. Não se assenta, nunca sorri, jamais se diverte, passa a vida tristemente apoiado à parede e é, frequentemente, martirizado pelos filhos do patrão. Quando anoitece, o sono o domina, e quando não há ninguém na sala, põe-se de joelhos para poder dormir; não é esta casa a única onde há este desumano hábito de se ter sempre um negrinho perto de si para dele utilizar-se, quando necessário." HILAIRE, A. S. Viagem ao Rio Grande do Sul, 11 de setembro de 1820, p. 119.